quinta-feira, 11 de abril de 2013

Lolita, Vladimir Nabokov






Sempre ouvi falar sobre Lolita. Um filme, umas tantas músicas, um estilo no universo das garotas de Harajuku. Será que tudo isso tinha o mesmo ponto de origem?!, eu me perguntava.  Decidi ler o livro para sanar minhas dúvidas.
Há quem diga que é doentio. Eu concordo, mas acho que escrever sobre algo tão assombroso com sensibilidade e humor é o que torna esse livro especial.
O livro começa logo com um primeiro capítulo triunfal, parte preferida de muita gente que leu, (não minha) onde eu encontrei uma das frases iniciais mais lidas da minha vida “Lolita, light of my life, fire of my loins” (que só perde para o início de Orgulho e Preconceito). Em seguida, o narrador fala de suas origens e sua infância para assim localizar a questão principal do livro, a pedofilia. Sem mais spoilers, esse é o assunto que gera toda a polêmica em volta da história, que foi recusada por diversas editoras antes de por fim ser publicada em 1955.
Aconselho um pouco de sangue frio pra ler “Lolita” e, por incrível que pareça, bom humor. E neste caso, o bom humor é uma forma deturpada de mau humor. A mesma forma que o narrador usa para contar certas passagens do livro, como no trecho a seguir:

“Teria criado sérias dificuldades para minha Lô, caso eu realmente quisesse colocá-la em dificuldade. Mas quem desejaria perturbar uma menina tão radiosa? Por acaso já mencionei que seu braço nu trazia a marca em oito da vacina? Que a amava perdidamente? Que ela só tinha catorze anos?”