Eu não sei vocês, mas ultimamente eu tenho andado ansiosa
com o fim. A última página do livro que estou lendo. O ponto final pra história
que acabo de inventar. Quantas folhas em branco faltam para chegar ao fim desse
caderno... O ano está acabando! E eu não fiz muita coisa com ele.
Possível que seja porque andei tanto tempo preocupada em
finalizar coisas que nem sequer comecei e julgar projetos que não participei
que deixei de aproveitar os meios em que estou. Ou que deveria estar, caso a
angustia não consumisse grande parte do meu tempo.
Não quero ficar aqui me arrastando em lamúrias, porque além
de ser chato, se alguém que sofre do mesmo mau que eu por um acaso ler esse
texto, não vai ter paciência de terminar. Talvez eu tenha mais a dizer. Não só
aqui como nos outros textos; que com poucas frases contam de maneira apressada
uma ideia que eu tive um dia, mas que hoje, eu só me preocupo com o parágrafo
final.
Onde tento transmitir alguma mensagem interessante e não sei
bem se consigo. E nesse caso é sobre meios e seus prazeres, ou sobre
meios-prazeres que ficam esquecidos no tempo ou na falta de. Não gosto de
lições de moral. Muito menos quando tento aplicá-las a mim mesma, numa tentativa
falha de contabilizar tudo o que eu deixei passar e ir em busca do tempo
perdido, mesmo sem nenhuma madeleine por
perto. Mas, enquanto não encontro um meio-termo, meio que termino o texto. Cedo
demais.